Blog de Sérgio Braz Agente Oficial de Propriedade Industrial. Sócio fundador da Braz & Associados, Lda. 2009 - Premiado pelo Instituto da Propriedade Industrial (IPI) como o Mais Dinâmico Agente Oficial da Propriedade Industrial no período 1999-2009. 2024 - Premiado pelo IPI como o Agente Oficial de Propriedade Industrial com mais registos de direitos de propriedade industrial no país. 2024 - Galardoado pelo IPI por ter se distinguido aos longo de 20 anos.
sexta-feira, 29 de novembro de 2019
terça-feira, 26 de novembro de 2019
terça-feira, 12 de novembro de 2019
INICIATIVAS DA ARIPO PARA MELHORAR O USO DO SISTEMA DE PI NA ÁFRICA
Em artigo
publicado na edição do corrente mês da WIPO Magazine (ARIPO: promoting innovation in Africa), o Director Geral da
ARIPO, discorre sobre o que a organização que dirige tem feito para impulsionar
o uso da Propriedade Intelectual (PI) na região. Da leitura que fiz do artigo retive
as seguintes iniciativas:
Estabelecimento da IP Academy em 2006 – é
responsável, por um lado, pelo desenvolvimento e fornecimento de programas de
treinamento para aprimorar o entendimento geral da PI e, por outro lado, por
oferecer programas mais especializados para os profissionais de PI.
Organização de programa de seminários
itinerantes entre 2014 e 2017 – o objectivo é desenvolver o
entendimento dos benefícios da PI entre a comunidade empresarial e a academia nos
estados membros; melhorar o surgimento de uma massa crítica de profissionais
africanos em PI que possam ajudar a catalisar o desenvolvimento de ecossistemas
nacionais de inovação; apoiar a consciencialização sobre PI entre os principais
geradores de PI e permitir que os países africanos utilizem os seus recursos
criativos e inovadores em apoio ao desenvolvimento económico nacional
sustentável.
Lançamento do programa de Mestrado em
Propriedade Intelectual (MIP) em 2008, em parceria com a OMPI e a
Universidade da África em Mutare, Zimbabwe. Programas similares foram lançados
em Gana (2018) e Tanzânia (2019).
Estabelecimento, em parceria com a OMPI,
de directrizes práticas a serem usadas pelas universidades e
instituições de pesquisa da região na elaboração de suas próprias políticas e
estratégias institucionais de PI.
Fortalecimento do desenvolvimento
profissional na área de PI – consistiu no lançamento do (i) Programa
Regional de Treinamento para Examinadores de Patentes (ARPET), em parceria com
a IP Austrália, que visa melhorar a competência dos examinadores de patentes da
ARIPO e de seus estados membros e do (ii) curso de redacção de patentes que
busca aprimorar as habilidades de redacção de patentes nos países africanos e
aumentar os níveis de patentes em toda a região.
Alavancagem dos Centros Nacionais de
Apoio à Tecnologia e Inovação (TISCs) existentes nos estados membros
da ARIPO - o objectivo é impulsionar a inovação na região.
Reconhecimento público das contribuições
críticas que criadores e inovadores fazem para a vida das pessoas – isso
visa promover uma maior aceitação e uso da PI em todo o continente - através de
vários prémios (a Organização actua em painéis de júris para identificar
invenções pendentes e confere prémios aos melhores inventores em exposições de
invenções organizadas pelos escritórios de patentes em vários estados membros).
Participação em feiras de comércio e
inovação – o objectivo é promover a inovação na região.
terça-feira, 29 de outubro de 2019
A PROTECÇÃO DOS DIREITOS SUI GENERIS EM MOÇAMBIQUE
A área do Direito que, por meio de leis,
garante a inventores ou responsáveis por qualquer produção do intelecto
chama-se propriedade intelectual. Esta área do direito encontra-se dividida em
três áreas, a saber:
Direitos do autor – referente aos direitos
que os criadores têm sobre suas obras literárias e artísticas. Os trabalhos
cobertos por direitos autorais variam de livros, músicas, pinturas, esculturas
e filmes a programas de computador, bancos de dados, anúncios, mapas e desenhos
técnicos. Em Moçambique os direitos de autor são regidos pela Lei dos Direitos
de Autor, a Lei nº 4/2001, de 27 de Fevereiro.
Propriedade Industrial – que é o conjunto de
direitos que compreende as marcas, as patentes de invenção, os modelos de
utilidade, os desenhos industriais, os nomes comerciais e as insígnias de
estabelecimentos, os nomes de estabelecimento, os logótipos, as indicações
geográficas, as denominações de origem e as recompensas. Em Moçambique a
propriedade industrial é regulada pelo Código da Propriedade Industrial,
aprovado pelo Decreto nº 47/2015, de 31 de Dezembro.
Protecção Sui Generis – também conhecida como
protecção híbrida, refere-se as novas criações intelectuais que não se
encontram nas duas áreas acima mencionadas, pelo que a sua protecção exige um
tratamento à parte, especial, diga-se. Engloba a Topografia dos Circuitos
Integrados, os Cultivares ou Protecção de Variedades de Plantas e o
Conhecimento Tradicional.
Topografia dos Circuitos Integrados
O direito em causa, nascido da necessidade de
protecção das invenções associadas aos aplicativos informáticos (ou microchips)
é designado de Topografia dos Circuitos Integrados. A topografia de circuitos
integrados inclui um conjunto organizado de interconexões, transístores e
resistências, dispostos em camadas de configuração tridimensional sobre uma
peça de material semicondutores. Cada camada de imagem representa, a disposição
geométrica ou arranjos da superfície do circuito integrado, em qualquer estágio
de sua concepção. Por isso é que a topografia de circuitos integrados também é
chamada de desenho de um chip.
Moçambique ainda não tem uma lei nacional
para o registo e protecção deste tipo de direito. Com efeito, tanto o CPI como
a lei dos direitos de autor são omissos em relação a este direito. A lei dos
direitos de autor prevê apenas a protecção dos programas de computadores.
Assim, a protecção só é possível recorrendo
aos instrumentos jurídicos internacionais aos quais o país aderiu. No caso, o
Acordo Sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados
Com o Comércio, vulgarmente conhecido como Acordo TRIPS, ou simplesmente,
TRIPS.
Variedades de Plantas
As pesquisas desenvolvidas nas áreas da
agronomia e/ ou da agricultura resultam, em muitos casos, na obtenção de novos
vegetais com características claramente distinguíveis de outras espécies
conhecidas. Essas novas espécies caracterizam-se por ser homogéneas e estáveis
ao longo de sucessivas gerações.
Em Moçambique a protecção das variedades de
plantas encontra-se disciplinada pelo Regulamento de Protecção de Novas
Variedades de Plantas, aprovado pelo Decreto nº 26/2014, de 28 de Maio. O
regulamento estabelece as regras para a protecção de novas variedades de
plantas, é aplicável a todos géneros e espécies de plantas e a protecção obtida
ao seu abrigo é valida no território nacional e em todos os países com os quais
Moçambique estabeleceu acordos bilaterais e multilaterais sobre a matéria.
Ao direito que surge pela protecção da nova
variedade de plantas designa-se direito do melhorador de plantas e é obtido
mediante a concessão da protecção que obedece a um rígido processo
administrativo.
Conhecimento Tradicional
De acordo com a OMPI, “o conhecimento
tradicional (TK) é conhecimento, know-how, habilidades e práticas que são
desenvolvidas, sustentadas e transmitidas de geração em geração dentro de uma
comunidade, muitas vezes formando parte de sua identidade cultural ou
espiritual”.
A necessidade de protecção deste tipo de
conhecimento foi impulsionada pela Convenção da Diversidade Biológica, adoptada
a 20 de Maio de 1992, durante a Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento . Moçambique acolheu a Convenção na sua legislação
interna através da Resolução nº 2/94, de 9 de Agosto, e como como tal
encontra-se vinculado às suas disposições.
Na sequência da ratificação da convenção
sobre a diversidade biológica, o país aprovou através do Decreto 19/2007, de 9
de Agosto, o Regulamento de Acesso e Partilha de benefícios Provenientes de
Recursos Genéticos e Conhecimento Tradicional Associado .
O Regulamento estabelece as regras para o
acesso a componente dos recursos genéticos, sua protecção, bem como ao
conhecimento tradicional a ele associado e relevante à conservação da
biodiversidade biológica. Para levar a cabo esta função foi criada a Autoridade
Nacional em matéria de acesso e partilha
de benefícios provenientes de recursos genéticos, que é o Ministro para Coordenação
da Acção Ambiental. A autoridade nacional é assessorada por um grupo
inter-institucional de gestão de recursos genéticos. Do seu extenso rol de
competências, merece destaque a concessão de autorização de acesso à amostra de
componente de recursos genéticos existentes no país e ao seu conhecimento
tradicional associado .
quarta-feira, 23 de outubro de 2019
A MARCA
Uma marca é um
sinal capaz de distinguir os produtos ou serviços de uma empresa daqueles de
outras empresas. As marcas podem ser constituídas por uma palavra ou uma
combinação de palavras, letras e numerais. Mas elas também podem consistir em
desenhos, símbolos, características tridimensionais, como a forma e a embalagem
dos produtos, sinais não visíveis, como sons ou fragrâncias, ou tons de cores
usados como características distintivas - as possibilidades são quase
ilimitadas.
O registo da marca
confere um direito exclusivo ao uso da marca registada. Isso implica que a
marca comercial pode ser usada exclusivamente pelo seu proprietário ou
licenciada para outra parte para uso em troca de pagamento. O registo oferece
segurança jurídica e reforça a posição do titular do direito, por exemplo, em
caso de litígio.
A protecção da
marca pode ser obtida através do seu registo junto do Instituto da Propriedade
Industrial (IPI). Pode ser obtida a protecção regional junto da ARIPO
(Organização Africana Regional da Propriedade Intelectual) ou internacional
junto da OMPI (Organização Mundial da Propriedade Intelectual).
Para mais
informações ou assistência entre em contacto connosco na Braz & Associados
(info@baipa.co.mz).
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
BAIPA REALIZA PALESTRA SOBRE PROPRIEDADE INTELECTUAL NO IMED
No âmbito do seu programa de divulgação da propriedade intelectual no país, a BAIPA realizou no passado dia 26 de Setembro, no Instituto Médio de Ciências Jurídicas e Gestão (IMED), uma palestra subordinada ao tema Propriedade Intelectual e a Contrafacção no Mercado Moçambicano. Foram oradoras as colaboradoras Maria Augusta e Cláudia Mabone.
As oradoras deram a conhecer ao s estudantes os fundamentos básicos da propriedade intelectual e os efeitos negativos da proliferação de produtos contrafeitos no mercado moçambicano.

terça-feira, 24 de setembro de 2019
DIRECTOR GERAL DA ARIPO INSTA EMPRESÁRIOS A PROTEGEREM AS SUAS IDEIAS
Face ao notório e
cada vez mais preocupante crescimento de organizações estabelecidas que recebem
crédito pelas ideias criativas e inovadoras de outras pessoas sem a permissão
destas, o Director Geral da ARIPO apelou aos empresários a tomarem as necessárias
medidas para se precaverem desse facto. Falando à margem de um workshop
realizado em Harare, o Director Geral da Organização Africana de Propriedade
Intelectual (ARIPO), Fernando Dos Santos, pediu aos empresários que sejam
cuidadosos ao apresentar ideias às organizações. Ei-lo ipsis verbis:
"O que acontece é o seguinte, os jovens,
especialmente, são tão criativos e encontram soluções qua ainda não estão no
mercado. Aproximam as grandes empresas e, infelizmente, nem todos são honestos
e as vezes são recusados e dizem-lhes que as suas ideias não são válidas. Para algum
tempo depois verificarem que as suas ideias foram levadas, implementadas e estão
a fazer dinheiro com elas. Isto é lamentável.
É importante que não se corra a expor
ideias, devem antes de tudo registar e proteger essas ideias (é por isso que
existe a ARIPO, para proteger os direitos de propriedade intelectual e há vários
tipos de direitos para cada tipo de ideias).
Só depois de proteger as ideias é que
devem contactar as empresas. Ainda assim, nas discussões com as empresas é
importante assinar acordos de confidencialidade para salvaguardar o
conhecimento que estão a revelar. E mesmo assim, é preciso ter o cuidado de não
revelar tudo, de modo que futuramente sejam parte do processo, tenham um papel
activo na implementação da ideia".
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